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Vários são os
tipos de estomas, que podem ser classificados: |
1. Quanto ao segmento exteriorizado |
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Quanto ao segmento exteriorizado, os estomas podem ser subdivididos em
jejunostomia, ileostomia, colostomia e estoma perineal.
As
jejunostomias, em Coloproctologia, poderão ser necessárias para a
alimentação enteral de pacientes que não possam ou que tenham alguma
restrição para se alimentar pela via oral. São feitas com sonda e não
com a exteriorização direta do jejuno na pele.
As
ileostomias derivam todo o colo e estão cada vez mais sendo
utilizadas em lugar dos estomas cólicos direitos por serem de mais fácil
manejo no pós-operatório e de fechamento mais simples. Para se retirar o
máximo de sua utilização, no entanto, diversos requisitos técnicos devem
ser observados, uma vez que o efluente que liberam é líquido, por vezes
em quantidades copiosas, sendo irritante para a pele circundante.
As
colostomias,
são realizadas no
ceco, no colo transverso, no colo descendente ou no colo sigmóide, sendo
mais habitualmente feitas nos dois últimos segmentos após a ressecção
das porções distais do colo, mas, em algumas ocasiões, em função das
necessidades operatórias, qualquer segmento intestinal que chegue à pele
da parede anterior do abdome sem tensão pode ser exteriorizado.
Os
estomas perineais temporários em nosso meio são muito utilizados no
tratamento do megacolo chagásico pelas técnicas de Duhamel-Haddad e
Turnbull-Cutait. Nestas duas técnicas, um segmento de cerca de 7-10 cm
de colo é abaixado pelo ânus e deixado pendente por cerca de 15 dias,
tempo suficiente para que ocorra acolamento entre a serosa do colo
abaixado e a muscular do reto perfurado ou evertido, respectivamente.
Neste período, o paciente passará a eliminar fezes pelo estoma perineal
incontinente. Após duas semanas, o estoma perineal é seccionado no local
onde perfurou o reto, no caso da operação de Duhammel-Haddad, ou 4 cm
abaixo da linha denteada evertida, no caso da operação de
Turnbull-Cutait, para depois o coto anastomótico ser devolvido para o
interior da pelve. Com o advento e o uso disseminado dos grampeadores
cirúrgicos circulares os estomas perineais estão cada vez menos sendo
executados.
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2. Quanto à permanência
Um estoma permanente é utilizado em pacientes que em geral foram
submetidos a uma proctectomia ou proctocolectomia total por câncer ou
doença inflamatória intestinal. Em geral, é realizado no colo sigmóide
em casos de câncer anorretal e no íleo terminal em casos de
proctocolectomia total por doença inflamatória intestinal ou por
polipose adenomatosa familiar. A ileostomia permanente está indicada,
também, em casos de múltiplos cânceres colorretais sincrônicos. Deve-se,
ainda, evitar a confecção de estomas permanentes acima da flexura
esplênica, pois estes estão associados a maiores complicações, além de
imporem dificuldades de manuseio aos pacientes.
Os estomas temporários são em geral construídos para proteção de
anastomoses intestinais realizadas a jusante, para a exteriorização de
lesões cólicas no trauma, para a descompressão intestinal em casos de
obstrução ou para a exteriorização de cotos intestinais em casos de
excisão cólica sem preparo intestinal (caso da operação de Hartmann).
Deve-se levar em conta que com freqüência estomas confeccionados como
temporários tornam-se permanentes devido a fatores como idade avançada,
presença de comorbidades ou dificuldade no acesso ao tratamento.
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3. Quanto à forma de exteriorização
Estomas
exteriorizados por sonda, na realidade, não são levados à pele e sim
ao peritônio parietal. Um exemplo é a jejunostomia a Witzel, em que se
produz um orifício no jejuno proximal pelo qual uma sonda de
jejunostomia é introduzida. A sonda é fixada ao orifício por uma sutura
em bolsa. A seguir, a parede anterior da alça intestinal é levada a
abraçar a sonda de um lado e de outro, numa extensão de cerca de 10 cm,
e assim aproximada com pontos separados de fio inabsorvível. Esta
manobra provoca a formação de um túnel na parede da alça jejunal que
contém a sonda. A extremidade proximal deste túnel é fixada ao peritônio
parietal anterior no local de exteriorização da sonda através da parede
abdominal. A jejunostomia por sonda é utilizada principalmente para fins
alimentares em pacientes cuja via oral apresenta alguma restrição. Pode
também ser realizada para descomprimir anastomoses digestivas
proximais.
Outro tipo de estoma
com sonda é a cecostomia utilizada na pseudoobstrução aguda do colo ou
em casos de obstrução do colo por câncer em pacientes sem condições
cirúrgicas para colectomias. A cecostomia é realizada com uma sonda de
Foley ou de Malecot introduzida num orifício cecal produzido na tênia
antimesentérica ou no óstio apendicular após a apendicectomia. A sonda é
fixada ao ceco com uma sutura em bolsa e o ceco é fixado ao peritônio
parietal anterior no local de exteriorização da sonda através da parede
abdominal. Uma técnica miniinvasiva é a de Chait (Peter Chait,
radiologista intervencionista do Hospital for Sick Children de
Toronto, Canadá) que promove a inserção percutânea de um cateter no
interior do ceco, sob controle radiológico.
Estomas terminais derivam totalmente o trânsito intestinal. O coto
intestinal distal ou é exteriorizado como fístula mucosa justaposta
(também chamado de estoma em cano de espingarda) ou em local remoto no
abdome, ou é fechado e sepultado na cavidade peritoneal.
Estomas em alça são formados por segmentos intestinais íntegros
exteriorizados. Uma alça mobilizada do íleo terminal ou de um segmento
cólico é exteriorizada através de abertura criada na parede abdominal.
Em geral, a alça só será aberta para maturação do estoma após o
fechamento da ferida cirúrgica principal de laparotomia. A alça
exteriorizada é suturada ao peritônio e à aponeurose no túnel de
exteriorização da parede abdominal e é sustentada sobre a pele com a
introdução de um bastão de vidro ou de uma sonda tubular numa brecha
mesentérica feita sob sua porção central, mais proeminente. Este bastão
servirá para evitar o afundamento precoce do estoma, fixando-o no nível
da pele por um período de 2 semanas. Após este período, o estoma, por
fibrose em seu trajeto de exteriorização, não mais afundará. O estoma em
alça costuma ser aberto longitudinalmente, sobre uma tênia
antimesentérica, numa incisão que fique a 1 cm do ângulo da ferida
cutânea de cada lado. A seguir, a borda de secção do estoma aberto é
suturada à pele da ferida de exteriorização com pontos totais de fio
absorvível, sendo assim maturado precocemente.
Estomas em bocas separadas são realizados quando os riscos de
reconstituição imediata do trânsito cólico forem muito elevados, por
contaminação fecal ou infecciosa da cavidade abdominal. São também
empregados com propósitos descompressivos, para evitar a síndrome da
alça cega.
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4. Quanto à continência
- Continentes
- Incontinentes
Estomas continentes são construídos de forma a promover continência
contra a excreção involuntária de fezes ou do efluxo ileal.
Por muito tempo o estoma continente mais realizado foi a ileostomia de
Köch. Nela construía-se uma válvula mamilar dentro de uma bolsa ileal,
que, quando cheia de resíduos alimentares e digestivos comprimia a
válvula, impedindo que os resíduos extravasassem pelo estoma. Tal tipo
de necessitava ser intubado a fim de que a bolsa ileal pudesse ser
descomprimida. O esvaziamento da bolsa ileal era feito então por meio de
algumas introduções da sonda no estoma durante o dia, em momentos
propícios. Atualmente este tipo de estoma tem sido substituído por
anastomoses ileoanais com bolsas ileais, que evitam a construção de
estomas e são mais aceitas pelos pacientes.
Em contraste com estomas continentes, os incontinentes, mais numerosos,
podem ser controlados por meio de dispositivos de contenção de excretas
que hoje em dia são muito eficazes. Muito embora o paciente com um
estoma incontinente experimente a saída involuntária de resíduos
digestivos e alimentares durante as 24 horas, com os dispositivos de
estomia atuais tais resíduos podem ser coletados de forma hermética e
socialmente aceitável.
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5. Quanto à maturação
Ao se exteriorizar um estoma pura e simplesmente deixando-o projetado
para fora da parede abdominal este tenderá a acolar-se à pele do
orifício de exteriorização num espaço de 30 dias. Durante este período
de cicatrização, com a serosite que se forma, agravada pelo contato com
material fecal, existe uma tendência à estenose do estoma. Para evitar
esta e outras complicações da maturação tardia, método hoje em dia
considerado ultrapassado, promove-se a maturação precoce do estoma
refletindo-se circunferencialmente a parede do estoma sobre si mesma,
evertendo-se a mucosa, que é suturada às bordas do orifício cutâneo nos
360 graus do estoma.
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6. Quanto à via de acesso
Um estoma pode ser construído por meio de laparotomia ou por meio de
laparoscopia. O resultado final é o mesmo, a diferença da laparoscopia é
representada pelo menor tamanho das incisões necessárias para a
abordagem do interior da cavidade abdominal.
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