1-INDICAÇÕES
A avaliação do esôfago por métodos de imagem é
decorrente principalmente da azia relacionada à doença do refluxo
gastroesofágico, seguida de disfagia e odinofagia,
em ordem de freqüência.
2-MÉTODOS
DE EXAME
2.1-Esofagograma baritado: avalia
o relevo mucoso e permite visualização fluoroscópica da motilidade esofágica;
2.2-Tomografia
computadorizada: embora
não permita o estudo da mucosa, demonstra os tecidos que circundam o órgão,
possibilitando o estudo de eventual extensão tumoral
e de
presença de linfonodos;
2.3-Ultra-sonografia
endoscópica: é
o teste não invasivo de escolha para que se estabeleça o nível de invasão
maligna. Entretanto, ainda é pouco empregado em nosso meio.
A Endoscopia propicia
visualização direta do esôfago e as alterações podem ser biopsiadas.
Todavia, é um método mais caro e invasivo comparando–se ao
esofagograma e deveria ser empregado nos casos em que este é inconclusivo
ou quando o tecido esofáfico deve ser estudado.
3-PATOLOGIAS
PRINCIPAIS
3.1-Doença do refluxo gastroesofágico;
ocorre, geralmente, na presença de uma hérnia de hiato diafragmático. A
observação do refluxo no momento da fluoroscopia tem pouco valor, a
menos que seja em grande volume e acompanhado de limpeza demorada. As
alterações radiográficas incluem erosões, nodularidade, espessamento
de pregas, estreitamento luminal, úlceras difusas com estenoses ou
qualquer combinação destes.
A metaplasia colunar
da mucosa esofágica em decorrência do refluxo crônico caracteriza o esôfago
de Barrett com incidência de 10 a 20% nesta doença. Seu diagnóstico é
sugerido pela evidência de úlceras altas e estenose. Pode evoluir para
adenocarcinoma em cerca de 15% dos casos.
3.2-
Esofagite cáustica:
a ingestão de cáusticos pode causar estenoses extensas e permanentes com
grande incidência de carcinoma depois de 3 e 4 décadas.
3.3-Esofagites
infecciosas:
A candidíase é a causa mais comum, sendo caracterizada por lesões em
placa, geralmente orientadas no sentido vertical com
mucosa de aspecto irregular. O Citomegalovírus manifesta-se mais
frequentemente por uma ou poucas úlceras gigantes com cerca de 1 a 3 cm
de diâmetro e a infecção herpética por múltiplas pequenas úlceras.
3.4-Presbiesôfago:
é a alteração da motilidade mais comum no esôfago, estando relacionada
ao envelhecimento e sendo caracterizada por ondas terciárias (aperistálticas)
sem progressão significativa do bolo de bário.
3.5-Acalásia:
hipertonia do esfíncter esofagiano inferior
acompanhada de ausência de peristalse no corpo do esôfago, acarretando
dilatação do órgão com estreitamento distal abrupto, conferindo
aspecto semelhante ao bico de um pássaro. A Doença de Chagas pode
provocar um quadro semelhante.
3.6-Outras
dismotilidades esofagianas:
espasmo esofagiano difuso, esôfago em “quebra-nozes”,esclerodermia,
artrite reumatóide, lúpus eritematoso sistêmico e etilismo.
3.7-Varizes:
as mais comuns são as varizes do esôfago distal em conseqüência de
doença hepática com hipertensão portal. A trombose da veia cava
superior pode causar dilatação de colaterais nos terços superior e médio
do esôfago com formação das chamadas “varizes a jusante”. A
endoscopia é o método de eleição em ambos os casos.
3.8-Neoplasias
Benignas:
Os Leiomiomas são as mais comuns e, geralmente, não produzem sintomas,
constituindo-se em achado incidental durante pesquisa de outras
patologias. Caracteriza-se por ângulo obtuso com a mucosa esofagiana
normal, devido a sua topografia intra-mural. Aproximadamente 60% ocorre no
terço distal, sendo que 30 e 10%, respectivamente, surgem nos terços médio
e proximal, em virtude do predomínio de fibras musculares estriadas neste
último.
Outras Neoplasias
Benignas incluem cisto de duplicação e linfoma (achados semelhantes ao
leiomioma), assim como os pólipos epiteliais (extremamente raros).
3.9-
Neoplasias Malignas:
As primárias mais comuns são o carcinoma epidermóide e o adenocarcinoma
( este associado ao esôfago de Barret). Iniciam-se como placas que
evoluem para lesões vegetantes ou começam circunferencialmente,
disseminando-se e formando longas lesões estenosantes. No intuito de se
realizar estadiamento, torna-se útil a Tomografia Computadorizada pré-operatória
para detectar eventuais sinais que não permitam a ressecção da tumoração.
O Linfoma primário e
o carcinossarcoma são causas mais raras.
A Doença Metastática
pode se dar diretamente oriunda do pulmão. O melanoma, os tumores de mama
e rim também dão metástases para o esôfago.
3.10-
Síndrome de Boerhaave:
Ruptura do esôfago dada por
vômitos freqüentes que acontece mais comumente no lado esquerdo do terço
inferior do órgão. Os achados incluem pneumomediastino, pneumotórax e
efusão pleural líquida.
3.11-
Divertículos:
São comuns e se devem a distúrbios motores. Podem ocorrer em qualquer
topografia, porém os terços médio
e inferior são os mais acometidos.
O divertículo que se origina da porção superior do esôfago, com
seu colo situado na linha média da parede posterior na junção
faringo-esofágica (topografia do músculo cricofaríngeo),
aproximadamente ao nível de C5-C6, é denominado Divertículo de Zencker.
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