Noções de Radiologia do Aparelho Digestivo |
I - Radiologia do Esôfago |
1 - Doença do refluxo gastroesofágico;
ocorre, geralmente, na presença de uma hérnia de hiato diafragmático. A
observação do refluxo no momento da fluoroscopia tem pouco valor, a
menos que seja em grande volume e acompanhado de limpeza demorada. As
alterações radiográficas incluem erosões, nodularidade, espessamento
de pregas, estreitamento luminal, úlceras difusas com estenoses ou
qualquer combinação destes.
2 -
Esofagite cáustica:
a ingestão de cáusticos pode causar estenoses extensas e permanentes com
grande incidência de carcinoma depois de 3 e 4 décadas.
3 - Esofagites
infecciosas:
A candidíase é a causa mais comum, sendo caracterizada por lesões em
placa, geralmente orientadas no sentido vertical com
mucosa de aspecto irregular. O Citomegalovírus manifesta-se mais
frequentemente por uma ou poucas úlceras gigantes com cerca de 1 a 3 cm
de diâmetro e a infecção herpética por múltiplas pequenas úlceras.
4 - Presbiesôfago:
é a alteração da motilidade mais comum no esôfago, estando relacionada
ao envelhecimento e sendo caracterizada por ondas terciárias (aperistálticas)
sem progressão significativa do bolo de bário.
5 - Acalásia:
hipertonia do esfíncter esofagiano inferior
acompanhada de ausência de peristalse no corpo do esôfago, acarretando
dilatação do órgão com estreitamento distal abrupto, conferindo
aspecto semelhante ao bico de um pássaro. A Doença de Chagas pode
provocar um quadro semelhante.
6 - Outras
dismotilidades esofagianas:
espasmo esofagiano difuso, esôfago em “quebra-nozes”,esclerodermia,
artrite reumatóide, lúpus eritematoso sistêmico e etilismo.
7 - Varizes:
as mais comuns são as varizes do esôfago distal em conseqüência de
doença hepática com hipertensão portal. A trombose da veia cava
superior pode causar dilatação de colaterais nos terços superior e médio
do esôfago com formação das chamadas “varizes a jusante”. A
endoscopia é o método de eleição em ambos os casos.
8 - Neoplasias
Benignas:
Os Leiomiomas são as mais comuns e, geralmente, não produzem sintomas,
constituindo-se em achado incidental durante pesquisa de outras
patologias. Caracteriza-se por ângulo obtuso com a mucosa esofagiana
normal, devido a sua topografia intra-mural. Aproximadamente 60% ocorre no
terço distal, sendo que 30 e 10%, respectivamente, surgem nos terços médio
e proximal, em virtude do predomínio de fibras musculares estriadas neste
último.
9 -
Neoplasias Malignas:
As primárias mais comuns são o carcinoma epidermóide e o adenocarcinoma
( este associado ao esôfago de Barret). Iniciam-se como placas que
evoluem para lesões vegetantes ou começam circunferencialmente,
disseminando-se e formando longas lesões estenosantes. No intuito de se
realizar estadiamento, torna-se útil a Tomografia Computadorizada pré-operatória
para detectar eventuais sinais que não permitam a ressecção da tumoração.
10 -
Síndrome de Boerhaave:
Ruptura do esôfago dada por
vômitos freqüentes que acontece mais comumente no lado esquerdo do terço
inferior do órgão. Os achados incluem pneumomediastino, pneumotórax e
efusão pleural líquida.
11 -
Divertículos:
São comuns e se devem a distúrbios motores. Podem ocorrer em qualquer
topografia, porém os terços médio
e inferior são os mais acometidos. |