Noções de Radiologia do Aparelho Digestivo

III - Radiologia das Vias Biliares

 

1-MÉTODOS DE EXAME:
   1.1-Radiografia simples do abdome
: útil na identificação de gás ou cálcio no trato biliar (cerca de 10 a 15% dos cálculos biliares são calcificados). O gás implica em comunicação anormal entre o intestino e a vesícula ou colédoco. Pode se dever, também, a um microorganismo produtor de gás que esteja causando colangite.  
   1.2-Colecistograma oral
: consiste na ingestão de composto iodado de excreção hepática. Seu uso, hoje, está restrito a casos específicos como a evolução terapêutica da litotripsia extracorpórea.
   1.3- Ultra-sonografia: apesar de sua grande validade no estudo da vesícula biliar, não apresenta a mesma acurácia na avaliação dos ductos biliares.  
   1.4- Colangiografia retrógrada endoscópica
: permite a injeção direta de contraste no colédoco, contituindo-se em método de extrema importância na avaliação ductal. Possibilita realização de papilotomia, biópsia, retirada de cálculos dos ductos biliares e dilatação de estenoses.  
   1.5- Colangiografia trans-hepática percutânea
: injeção de meio de contraste iodado sob visão fluoroscópica através de agulha introduzida no parênquima do fígado. Reservada para os casos com dilatação das vias biliares intra-hepáticas.  
   1.6- Tomografia Computadorizada
: pouco valor na avaliação do sistema ductal, sendo, porém, sensível na detecção de calcificações.  
   1.7- Ressonância Magnética
: não se constitui em uma modalidade de exame primário do trato biliar. Poderá suceder a ultra-sonografia,  as colangiografias e a tomografia na seqüência propedêutica por imagens.

2-PATOLOGIAS PRINCIPAIS:
  
2.1-Anomalias congênitas: uma das mais freqüentes é a união do ducto hepático direito ao cístico, em vez de se juntar ao hepático esquerdo.
   Outra patologia de importância é o cisto de colédoco, que    acredita-se estar relacionada à união anormal do colédoco ao ducto pancreático acarretando em uma dinâmica biliar alterada. Os pacientes são susceptíveis à malignização.
   A Doença de Caroli é uma dilatação cística congênita dos ductos biliares intra-hepáticos.  
   2.2-Coledocolitíase
: a colangiografia endoscópica é o método de escolha, devendo-se realizar a ultra-sonografia quando o primeiro não for disponível.
  
2.3- Colangite esclerosante: freqüentemente associada a colite ulcerativa, podendo ocorrer isoladamente. Ocorre estreitamento irregular ductal e a degeneração maligna já foi observada.  
   2.4- Invasão parasitária
: demonstrou-se a presença de áscaris nos ductos com a colangiografia endoscópica.  
   2.5- Neoplasias: o colangiocarcinoma provoca estenose e obstrução ductal. Se for multicêntrico, torna-se de difícil diferenciação da colangite esclerosante.