RADIOLOGIA
DO ESÔFAGO
3-PATOLOGIAS PRINCIPAIS 3.1-Doença do refluxo gastroesofágico: ocorre, geralmente, na presença de uma hérnia de hiato diafragmático. A observação do refluxo no momento da fluoroscopia tem pouco valor, a menos que seja em grande volume e acompanhado de limpeza demorada. As alterações radiográficas incluem erosões, nodularidade, espessamento de pregas, estreitamento luminal, úlceras difusas com estenoses ou qualquer combinação destes. A metaplasia colunar da mucosa esofágica em decorrência do refluxo crônico caracteriza o esôfago de Barrett com incidência de 10 a 20% nesta doença. Seu diagnóstico é sugerido pela evidência de úlceras altas e estenose. Pode evoluir para adenocarcinoma em cerca de 15% dos casos. 3.2- Esofagite cáustica: a ingestão de cáusticos pode causar estenoses extensas e permanentes com grande incidência de carcinoma depois de 3 e 4 décadas. 3.3-Esofagites infecciosas: A candidíase é a causa mais comum, sendo caracterizada por lesões em placa, geralmente orientadas no sentido vertical com mucosa de aspecto irregular. O Citomegalovírus manifesta-se mais frequentemente por uma ou poucas úlceras gigantes com cerca de 1 a 3 cm de diâmetro e a infecção herpética por múltiplas pequenas úlceras. 3.4-Presbiesôfago: é a alteração da motilidade mais comum no esôfago, estando relacionada ao envelhecimento e sendo caracterizada por ondas terciárias (aperistálticas) sem progressão significativa do bolo de bário. 3.5-Acalásia: hipertonia do esfíncter esofagiano inferior acompanhada de ausência de peristalse no corpo do esôfago, acarretando dilatação do órgão com estreitamento distal abrupto, conferindo aspecto semelhante ao bico de um pássaro. A Doença de Chagas pode provocar um quadro semelhante. 3.6-Outras dismotilidades esofagianas: espasmo esofagiano difuso, esôfago em “quebra-nozes”, esclerodermia, artrite reumatóide, lúpus eritematoso sistêmico e etilismo. 3.7-Varizes: as mais comuns são as varizes do esôfago distal em conseqüência de doença hepática com hipertensão portal. A trombose da veia cava superior pode causar dilatação de colaterais nos terços superior e médio do esôfago com formação das chamadas “varizes a jusante”. A endoscopia é o método de eleição em ambos os casos. 3.8-Neoplasias Benignas: Os Leiomiomas são as mais comuns e, geralmente, não produzem sintomas, constituindo-se em achado incidental durante pesquisa de outras patologias. Caracteriza-se por ângulo obtuso com a mucosa esofagiana normal, devido a sua topografia intra-mural. Aproximadamente 60% ocorre no terço distal, sendo que 30 e 10%, respectivamente, surgem nos terços médio e proximal, em virtude do predomínio de fibras musculares estriadas neste último. Outras Neoplasias Benignas incluem cisto de duplicação e linfoma com achados semelhantes ao leiomioma, assim como os pólipos epiteliais (extremamente raros). 3.9- Neoplasias Malignas: As primárias mais comuns são o carcinoma epidermóide e o adenocarcinoma ( este associado ao esôfago de Barret). Iniciam-se como placas que evoluem para lesões vegetantes ou começam circunferencialmente, disseminando-se e formando longas lesões estenosantes. No intuito de se realizar estadiamento, torna-se útil a Tomografia Computadorizada pré-operatória para detectar eventuais sinais que não permitam a ressecção da tumoração. O Linfoma primário e o carcinossarcoma são causas mais raras. A Doença Metastática pode se dar diretamente oriunda do pulmão. O melanoma, os tumores de mama e rim também dão metástases para o esôfago. 3.10- Síndrome de Boerhaave’s: Ruptura do esôfago dada por vômitos freqüentes que acontece mais comumente no lado esquerdo do terço inferior do órgão. Os achados incluem pneumomediastino, pneumotórax e efusão pleural líquida. 3.11- Divertículos: São comuns e se devem a distúrbios motores. Podem ocorrer em qualquer topografia, porém os terços médio e inferior são os mais acometidos. O divertículo que se origina da porção superior do esôfago, com seu colo situado na linha média da parede posterior na junção faringo-esofágica (topografia do músculo cricofaríngeo), aproximadamente ao nível de C5-C6, é denominado Divertículo de Zencker. |